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domingo, 28 de abril de 2019

CHEGADA EM TOKUSHIMA E O INÍCIO DO CAMINHO DE SHIKOKU (templo 1 ao 3)



                         Descemos no aeroporto de Osaka após uma longa viagem, São Paulo- Dubai-Osaka. De Osaka a Tokushima, que é uma prefeitura da Ilha de Shikoku, seguimos de ônibus.
                         Chegamos já quase ao anoitecer, cansados e ansiosos. Chegando na hospedaria, tiramos a bota  na entrada e trocamos por um chinelo (não há pé direito ou esquerdo). Recebemos o número do quarto e subimos para nos prepararmos para o banho de ONSEN. No quarto só havia um banheiro com vaso sanitário e uma pia. O banho é público, já vou explicar.
Em todas as hospedarias e residências, não entramos calçados.  Na entrada, sempre há chinelos para uso interno.
No quarto, nos despimos, colocamos um yukata, que é um kimono de algodão, que você pode transitar dentro da hospedaria. Pegamos uma toalhinha que é um pouco menor que a de rosto e uma toalha de banho. Descemos no térreo, banho masculino separado do feminino. Na ante-sala, deixamos nosso yukata, chinelos e toalha de banho num cesto e entramos na sala de banho. 
Há vários banquinhos e bacias, um ao lado do outro, frente as torneiras e chuveirinho. Escolhi um banquinho, sentei, enchi a bacia de água quente, tomei banho usando a toalhinha com sabonete liquido. Lavei os cabelos e coloquei a toalhinha na cabeça, fui fazendo do jeito que elas faziam. A princípio achei estranho, todas nuas, depois nos habituamos. Entrei na piscina de águas termais (Onsen) e lá fiquei uns quinze minutos relaxando. Confesso que é maravilhoso. Nessa ilha, há vários onsens, com águas provenientes de aquecimento vulcânico. Jantamos, pegamos nossos paramentos e fomos dormir, para iniciar a jornada no dia seguinte.

Assim paramentada, iniciei o caminho. No primeiro dia, fizemos o templo de 1 ao 3, caminhando aproximadamente 10km.

A avenida da Hospedaria é muito arborizada e tem muitas lanternas.

Tori xintoísta que separa o mundo que vivemos do mundo divino. Fizemos a reverência para adentrarmos e assim começamos.

Chegada ao portal do primeiro templo RYOZENJI. Foi fundado pelo monge Gyoki. Neste local, Kukai fez um ritual para o povo que tinha sofrido com desastres naturais e epidemias.  

Na entrada um guardião de cada lado e observem o simbolo da suástica do amor e compaixão.

Templo principal onde rezamos e deixamos o nosso pedido, após acender a vela e os três incensos.
Pagode budista. Tem a mesma função das estupas encontradas em outros templos de outros países (Indonésia, Tailândia...etc.). Ela guarda relíquias do Buda.

Dentro do templo principal sempre há uma  estátua do Buda (Shaka Nyorai)

Divindades do Budismo

Chegando ao templo de número dois, GOKURAKUJI.

Deixamos o bastão e nos purificamos.

As mulheres aqui vêm para pedir um bom parto.


Subindo para o templo principal. Neste templo Kukai esculpiu a divindade principal Amida Nyorai (Deus da Luz)

Esta árvore de cedro
milenar é a árvore da longevidade.

Segurando as cordas podemos conseguir mais tempo de vida.

Seguindo para o terceiro templo, KONSENJI


Neste templo, Kukai cavou um poço para a população, Konsen (poço dourado) que deu o nome ao templo.




Templo principal (Shaka Nyorai)

Altar do templo Kobo Daishi.


Este é o poço cavado por Kukai com o seu bastão. Dizem que quem olhar para a água e ver seu rosto refletido, pode viver até aos 92 anos. Porém, se não vir, irá morrer dentro de 3 anos.

Ainda bem que vimos nossos rostos refletidos.


Saindo em direção a hospedaria, passando por vilarejos floridos.

As flores do caminho.
Na segunda hospedaria, não havia banho. Pegamos nossas roupas e de carro fomos transportados até o Onsen público. Após o delicioso banho, voltamos para o jantar e descansar.





quinta-feira, 25 de abril de 2019

TEMPLOS BUDISTAS, SANTUÁRIOS E REGRAS A SEGUIR




           Antes de discursar sobre o caminho propriamente dito, vou escrever algumas  características dos templos budistas e dos santuários.  Você sabe diferenciar? Eu não sabia....
           A entrada do templo budista é sempre  um portal,  onde de cada lado fica a imagem dos guardiões. Antes de entrar, fazer uma reverência em sinal de respeito e humildade.
           A entrada do santuário xintoísta é o Tori. Um portal vermelho, em frente o qual se faz       reverência. Esse portal separa o mundo dos seres humanos do mundo das divindades, mundo humano para o mundo sagrado. Normalmente, é feito em madeira. Mas, há tori de concreto ou Madeira sem pintura. A palavra Tori significa: morada dos pássaros.

Portal de entrada do templo Budista. De cada lado, um guardião do templo. Um peregrino fazendo reverência para entrar.

Na saída do portal, há sandálias de palha, do tipo que eram usadas pelos peregrinos no  início.  Significa bons pés para a peregrinação.

O Tori do santuário xintoísta é um símbolo japonês. A religião é originariamente japonesa. O mais encontrado tem esse aspecto. Duas colunas verticais e duas horizontais. Pode ser de madeira ou de concreto.Separa o mundo dos homens e o mundo dos deuses.
Pode ser curvado no alto.

Este santuário tem mil portais em menor tamanho.

Tori  flutuante do Itsukushima Shrine situado na ilha de Miyajima. Ele só está apoiado no fundo. Não é fixo.




O mesmo portal, quando a maré recua. A cada 20 anos as madeiras são trocadas.
Tori de concreto.



           Passando pelo portal, nos templos budistas, sempre há um lavabo com água corrente, recipientes com cabo longo, onde se faz a purificação do corpo. Primeiro pegar a água, lavar a mão esquerda, depois a direita, depois colocar a água na mão esquerda e lavar a boca, cuspir. O restante da água descartar sobre o cabo e depositar novamente no local.


purificando o corpo, antes de chegar no templo


       A seguir se tiver a torre com o sino, tocar sinalizando a sua visita.  Não dá boa sorte tocar o sino ao sair.  No santuário xintoísta não é sempre que tem.

          O templo budista guarda, no templo principal, imagens do Buda ou de outras divindades.
Ao lado sempre há o templo do Kobo Daishi. Tanto no templo principal, como no do Kobo Daishi, acendemos a vela, acendemos três  incensos, colocamos a doação (5 yen) que é o da sorte ou o quanto desejar, juntamos as mãos, rezamos ou recitamos o sutra do coração e fazemos o pedido. Colocamos a papeleta com o pedido na caixa dos cartões e fazemos a reverência agradecendo.
      Na saída, ao passar pelo portal fazemos a reverência novamente.
      Um símbolo intrigante nos templos budistas são as suásticas. Nada a ver com o nazismo.
      Esse símbolo é um dos mais antigos, data de mais de 5 mil anos. As grandes civilizações da história usaram esse símbolo: os maias, celtas, judeus, cristãos, gregos, romanos, Índia, Ásia  e na Europa.  A palavra suástica vem do sânscrito savstika, que significa BEM ESTAR.
A suástica budista chama-se manji e significa: harmonia, equilíbrio, eternidade e boa sorte.
Quando gira para esquerda, representa: amor e misericórdia. Este é o mais usado.
Quando gira para a direita representa: força e inteligencia.

Procure o símbolo no incensário. Este é a suástica  do amor e misericórdia.



Espero que tenha gostado de ler. Se tiver interesse, apesar de não ter postado sobre os templos ainda, deixo o link da empresa que nos proporcionou esta linda viagem:







terça-feira, 23 de abril de 2019

CAMINHO DOS 88 TEMPLOS DE SHIKOKU - JAPÃO


            Após ter feito o Caminho de Santiago de Compostela em 2011, interessei-me por outros longos caminhos, e fiquei sabendo do Caminho dos 88 templos. Acabei de retornar do Japão, e encantada com a experiência, voltei a postar no blog.
            Shikoku é uma ilha situada no sudeste da ilha de Kyushu. É a menos povoada e é dividida em 4 prefeituras: Tokushima, Kagawa, Ehime e Kochi. Ao redor da Ilha estão situados os 88 templos sagrados, quais percorridos a pé, dá aproximadamente 1.400 km.
            Segundo a crença, é o caminho que foi percorrido pelo monge Kukai (Kobo Daishi), o patriarca que difundiu o Budismo Shingon no Japão e onde ele conseguiu a iluminaçao, no século IX.

            Kukai (Kobo Daishi) nasceu em 774 na cidade de Zentsuji, na prefeitura de Kagawa, onde está localizado o templo 75. Segundo a lenda, a sua mãe ficou grávida depois que ela teve um sonho com um sábio indiano. Seu pai era governador da província. Não se sabe muito sobre a sua infância, mas há uma foto, na qual mostra um menino se jogando do alto da montanha e uma deusa o salvando. Segundo nossa guia turística, esse menino era Kukai aos 8 anos, que se jogou dizendo que se fosse para ele seguir o caminho do monastério, ele se seria salvo. E ele se salvou.
            Aos quinze anos ele foi para a capital, com o tio. Aos 18 ingressou na Universidade Nacional, onde o sistema educacional era o tradicional chinês de Confucio. Aos vinte anos, entrou para o sacerdócio. Como não conseguiu encontrar alguém no Japão que lhe explicasse certas partes do sutra, ele foi para China. Após quatro meses da sua chegada, foi aceito como aluno do mestre do budismo esotérico Hui-Kuo. Em oito meses, ele aprendeu  a teoria e a prática budista esotérica. Aos 39 anos,  foi escolhido como sucessor do monge, recebendo o nome de Henjo Kongo (Esplendor Adamantino Universal). No mesmo mês, o mestre disse: você recebeu tudo o que eu tinha para transmitir, agora volte a sua terra e divulgue esses ensinamentos para aumentar a felicidade do povo e promover a paz na terra.
          Além de ensinar e difundir o budismo Shingon, ele fundou a primeira escola publica do Japão. Dominava a caligrafia, pintura e escultura. Inventou a escrita silábica Kana, descobriu as águas termais, instruiu as pessoas no uso do carvão e construções de barragens, pontes e estradas. 
           O caminho dos templos é o caminho por ele percorrido, na natureza, nas montanhas, nos templos. Em  todos os lugares, há uma marca da sua passagem.
            No dia 15 de março de 835 ele chamou os seus discípulos e anunciou a sua passagem no dia 21 do mesmo mês. Então, depois de purificar o corpo, vestindo roupas limpas, assumiu a posição de lótus. Colocou as mãos em mudra (gesto ritual) simbolizando Dainichi Nyorai, cantou o mantra e entrou em meditação de Maitreya. Assim permaneceu até o dia 21, quando entrou em samadhi eterno.
             Fazer o caminho é uma forma de conseguir um autoconhecimento, reflexão, sair da rotina, ir em busca de religiosidade, buscar saúde, pedir cura, pedir pelos antepassados, sentir o místico e a energia do caminho percorrido pelo mestre, acumulando experiências significativas, renovando a espiritualidade e crescimento pessoal.

            Para fazer o caminho, alguns ítens do vestuário são essenciais, o jaleco branco (Hakui), bastão, chapéu cônico, livro de carimbos, bolsa para transportar velas, incensos, isqueiro, bloco de cartões votivos - Osamefuda (papel onde se escreve o nome,endereço, idade e o pedido) e o livro. É uma forma ser reconhecido e recebido como peregrino. 
 
Os peregrinos são muito respeitados pela população local. As pessoas cumprimentam, desejam boa caminhada. Alguns oferecem balas, presentes, e até dinheiro. Uma forma de retribuir, é entregar uma papeleta (osamefuda),com seus dados. Ficam muito felizes.
O grupo era formado por pessoas acima dos cinquenta anos e muito experimentes em longas caminhadas.
Alguns trechos foram bastante difíceis, com longas caminhadas nas montanhas.

OBS; continuem me seguindo. Se gostou ou quiser comentar, vou adorar.
Se tiver interesse acesse: www.caminhosecaminhadas.tur.br